quarta-feira, 3 de setembro de 2014

SENSAÇÃO DE VAZIO. VAZIO DE QUÊ?

Alguma vez você já sentiu vontade de chorar, mesmo sem ter nenhum motivo aparente? Estou certo de que a maioria das pessoas já passou por este tipo de sensação.Você está com uma saúde boa, sua vida está muito bem, mas você sente uma estranha sensação de desconforto, sente que está faltando algo em sua vida mas não sabe o que é.Trata-se de uma angústia cuja expressão que melhor a define é "sensação de vazio".
Mas qual é a origem desta sensação? E, mais importante, o que precisamos fazer para preencher este vazio?

Escrevi o texto abaixo na esperança de ajudar as pessoas que sentem este desconforto. Eu mesmo já passei por isso e estou convencido de que há dois fatores que geram a angústia. Conhecendo-os bem, podemos contorná-los e transformar a vida em uma vibrante aventura. Por favor, leia com carinho e poste seus comentários.

Se você perguntar para alguém o que deve fazer para acabar com o tal do vazio, a resposta irá depender das crenças dessa pessoa:

Uma pessoa religiosa diria que esta sensação é a falta de Deus, de Jesus, de Alá, de Buda, e diria também que o desconforto desapareceria se você frequentasse a igreja ou templo.

Um aventureiro diria que esta sensação é a falta de aventuras na sua vida, e que ela desapareceria se você viajasse, se fosse voar de parapente e descer as corredeiras do Himalaia com um caiaque.

Um frequentador de festas noturnas diria que esta sensação é a falta de farra, e que ela desapareceria se você começasse a frequentar as casas noturnas todo fim de semana.

Um bêbado diria que esta sensação é a falta de álcool, e que ela desapareceria se você tomasse uns porres.

Um viciado em trabalho diria que esta sensação é a falta de ocupação, e que ela desapareceria se você trabalhasse da manhã à noite, de segunda a segunda.

Em verdade, porém, eu vos digo que nenhuma destas opções é capaz de resolver o problema da sensação de vazio. O caminho a ser tomado deve ser outro.

Imagine a seguinte situação:

Você estava sentindo o tal do vazio, e decidiu frequentar uma igreja. Quando você está na igreja, sente que tudo está bem, e que a sensação de vazio desapareceu. Mas basta passar alguns dias sem ir à igreja, ou sem fazer suas orações, que o tal do vazio volta a te atormentar. Se pensarmos bem, neste caso a pessoa não está atacando a causa da angústia. A pessoa está apenas distraindo sua mente toda vez que o desconforto aparece.

Quando a tristeza aflora na mente, a pessoa corre para o templo ou igreja. É como se a religião fosse uma espécie de aspirina para curar sua aflição existencial. Oras! Você vai querer passar a vida toda tomando aspirina? Não é melhor descobrir a fonte da sensação de vazio?

Não é sensato levar uma vida onde a é preciso estar sempre ocupado ou com a mente distraída para se sentir bem.

A verdadeira fonte da sensação de vazio.

O tal do vazio não é a falta de religião, nem de aventuras, sexo ou drogas. Nada disso. Ela advém da combinação de dois fatores:

- A falta de você mesmo;
- A supressão de seu impulso interior.

Explicarei abaixo os dois itens.

Estou certo de que se você trabalhar nestes dois pontos, poderá dar adeus a toda e qualquer angústia.

Primeiro problema: A falta de você mesmo.

Pode até parecer bobagem, mas confie em mim. Faz todo o sentido. Quem não tem a si mesmo, jamais irá se livrar do desconforto, desta angústia, da sensação de que falta algo na vida. Não importa se você é rico, famoso, culto, ateu ou religioso. Quem não tem a si mesmo sofrerá do mesmo jeito. A única forma de preencher um vazio existencial é enchendo-se de si mesmo, vivendo para si mesmo.

Mas o que exatamente significa "viver para si mesmo"?
Evidentemente, não significa ser egoísta, ou se isolar do mundo. Não é nada disso. Para você entender o que é viver para si mesmo, vou pedir que faças um pequeno esforço de imaginação. Por favor, faça o seguinte, em sua mente:

Remova de sua vida, imaginariamente, tudo o que você faz para ganhar dinheiro e que não lhe seja absolutamente agradável e prazeroso (por exemplo, trabalhar sob as ordens de alguém, ter que bajular pessoas para conseguir favores, estudar algo apenas para tentar ganhar uma promoção etc.). Pois isso é viver para os outros, não para si mesmo. Imagine, então, sua vida sem todas essas atividades. Talvez você diga algo como "ah, mas eu não posso viver sem isso". Não importa! Imagine sua vida sem estas coisas, sem ter que receber ordens, sem precisar fingir que gosta de ir diariamente para o mesmo trabalho, aturando o mesmo chefe, fazendo o mesmo serviço. Imagine uma vida livre de opressão.

Remova também tudo o que você faz para não ser mal visto pelas outras pessoas (por exemplo, ter que dizer algo quando em verdade queria dizer outra coisa, elogiar alguém quando em verdade queria xingá-la, frequentar um local contra sua vontade, usar um tipo de roupa só para aparentar algo que em verdade não és etc.). Pois isso também é viver para os outros.


Remova de sua mente todas as ideias que não são verdadeiramente suas, mas que foram colocadas na sua mente por outras pessoas, como seus pais, a escola, religião etc.

Remova, por fim, tudo o que você faz com o intuito único de se distrair (ver televisão, ouvir músicas, ir em festas etc.). Pois distrações são meios de você não estar consigo mesmo.

Imagine agora tudo o que sobrou depois que tirastes todas estas coisas de sua vida. Pois justamente o que sobrar, isto é a tua verdadeira natureza, este é seu verdadeiro eu. Tudo o que você fizer que esteja em sintonia com seu verdadeiro eu poderá ser considerado como vida verdadeira. Tudo o que não estiver em sintonia com seu verdadeiro eu, não é vida. É apenas distração, é apenas existência, não vida. Você quer viver, não apenas sobreviver.

Por exemplo, há pessoas que nasceram com uma forte inclinação para as artes. Uma pessoa assim sente vontade de pintar quadros, de esculpir, de trabalhar cores e formas, sente que estudar as expressões da natureza é o que a identifica como ser humano. Se esta pessoa abrir mão de sua verdadeira natureza e for trabalhar como advogado, médico ou qualquer outra coisa, estará deixando de viver. Seus momentos de vida verdadeira se reduzirão a um ou outro momento de compensação.

Sêneca, um pensador grego que viveu há cerca de dois mil anos, certa vez disse:

"Não temos exatamente uma vida curta, mas desperdiçamos uma grande parte dela. A vida se bem empregada, é suficientemente longa e nos foi dada com muita generosidade para a realização de importantes tarefas. Ao contrário, se desperdiçada no luxo e na indiferença, se nenhuma obra é concretizada, por fim, se não se respeita nenhum valor, não realizamos aquilo que deveríamos realizar, sentimos que ela realmente se esvai."

Veja, a nossa sociedade está estruturada de uma forma tal que todos os dias precisamos fingir ser algo que não somos. Por exemplo, há momentos em que você quer xingar alguém que foi grosseiro com você, mas não pode fazer isso porque você foi educado para ser bonzinho. Você desde pequeno age e se comporta conforme aquilo que seus pais lhe ensinaram, conforme o que as religiões ensinaram, conforme a escola ensinou. Ora, educação é, antes de qualquer outra coisa, condicionamento mental. Fizeram você memorizar um monte de regras e procedimentos que você deve seguir para ser um bom cidadão, ignorando o fato de que somos indivíduos, de que cada um de nós tem suas próprias ambições, seus próprios sonhos. O homem não foi criado para ser ovelha, nem para ser um robozinho que só faz aquilo que os outros disseram para fazer. A vida não deve ser levada como uma série de procedimentos, que em verdade se transformam em uma série de limitações. Busque ser você mesmo.

Ampliação da inteligência

Um sábio se basta a si mesmo. Quem não tem a si mesmo vive em uma constante solidão, e por isso busca a todo instante estar cercado de muitas pessoas, mesmo que sejam pessoas estranhas e cujas conversações sejam fúteis e vazias de significado. A vida seria muito mais vida se pudéssemos ter a companhia de pessoas mais cultivadas, mais sábias. Todo mundo já ouviu dizer que a felicidade não é o final do caminho; ela é o próprio caminho. Assim sendo, uma forma de trilhar este caminho é a busca do desenvolvimento da verdadeira inteligência. Em meu livro "Inteligência: caminhos para a plenitude" faço uma objetiva demonstração das técnicas para desenvolver uma mente mais livre, mais criativa e mais dona de si.

Sempre considerei estranho o hábito que muitas pessoas têm de gastar o tempo em rodinhas sociais nas quais ficam mendigando atenção, fazendo-se de palhaço ou tergiversando por assuntos inócuos como futebol, novelas ou, o que é pior, sobre a vida alheia. Mas as pessoas se juntam em grupos justamente porque existe em cada um de nós a necessidade de sermos reconhecidos por algo que fizemos. Todo mundo quer se sentir útil, interessante, inteligente, capaz de realizar algo especial. O que poucos percebem, no entanto, é que é bastante fácil ser reconhecido. Tudo o que você tem a fazer é tentar.
Minha sugestão é:

Identifique algo que você gosta de fazer, e FAÇA! Siga sua intuição.

Por exemplo, se você acha bonitas as pinturas, compre uma tela, compre tintas e pinte! Não interessa o que os outros irão dizer. Faça aquilo que você gosta. Todas os grandes artistas foram criticados, mas criaram grandes obras simplesmente porque ignoraram as críticas de pessoas pequenas.

Você gosta de sandálias e sapatos? Que tal então criar um BLOG onde você pode colocar fotos e comentários sobre cada calçado? Com o tempo, começarás a conhecer pessoas que têm o mesmo gosto, trocará ideias etc. É uma ótima diversão.
Mas e se você não sente atração por nada? O que fazer?
Eis que chegamos ao segundo item gerador de angústia.

Segundo problema: A supressão de seu impulso interior.

Você já teve alguma vez a sensação de que este mundo está todo errado? E já tivestes alguma vez a sensação de que nascestes na época errada? Ah, com certeza já teve. Mas vos digo que a época certa é justamente esta. Em qualquer época que vivestes, terás esta sensação, este clamor interior, esta inquietação. Pois é justamente tal impulso que irá te fazer relevante neste planeta. Podes acomodar-te num canto, feito um repolho roxo, e morrer, ou acatar teu impulso natural e viver de verdade.

Se existe em você uma pulsante inquietação, uma espécie de impulso irresistível, uma energia latente que te traz inquietude, agitação, angústia e tristeza, isto não é uma doença. É um CHAMADO. É a Natureza te chamando para viver!

Diga-me, com sinceridade:

Como seria a tua vida se você não tivesse essa inquietação no coração?

Pois eu te digo como seria: Você passaria os dias sentado numa poltrona, todos os dias seriam iguais e você seria apenas mais um corpo no mundo. Acontece, porém, que você teve a SORTE de nascer com este impulso, com esta força vital, com este anseio por viver intensamente. Por vezes cheguei a pensar que tal força reside no coração de todo homem, mas por sinais inequívocos verifiquei que algumas pessoas nasceram destinadas a viver de fato, enquanto outras nasceram para serem zumbis, pessoas sem graça, fúteis. Se você tem este impulso, esta angústia, este chamado do coração, é porque nascestes para viver com intensidade. Há um mundo lá fora que deve ser vasculhado, virado do avesso se preciso, e eis que são também tuas as mãos que podem executar tal incisiva atividade. Sim. O mundo está ali, esperando para ser debulhado feito uma espiga madura. E você e eu permaneceremos aqui, feito espantalhos, inertes no meio do milharal? Diariamente executando tarefas insípidas em troca do pão. Não! Nós não viemos ao mundo para sermos nem uma espiga e nem um espantalho cujo crânio é uma palha seca. Por toda a parte por onde se olha, a sociedade conspira contra a virilidade de cada homem. Todo cidadão parece abrir mão de suas liberdade e de sua cultura em troca de alguns trocados. As pessoas casadas deixam de fazer tudo o que sentem vontade, porque acham que o cônjuge não irá gostar. No mundo existe uma verdadeira aversão à autoconfiança. Dê um basta nisto tudo.

Descubra o que você faz com alegria, e faça!

Acredite, todas as pessoas possuem algo para o qual sua mente foi preparada. Se você não identificou algo que o cative, que o motive, que o complete, é porque não procurastes. Há pessoas que se apegam à rotina. Conhecem somente o que acontece em seu bairro, o que os vizinhos dizem, o que passa na televisão. Como poderão descobrir seu "dom", se não o procuram? Como pode um pássaro descobrir que pode voar, se passar a vida preso em uma pequena gaiola? Cada um de nós pode realizar com alegria e extrema facilidade alguma obra que para outras pessoas seria difícil e cansativa. Cabe a cada um identificar este particular impulso. Abra sua mente, conheça pessoas diferentes, experimente coisas novas, e você descobrirá o verdadeiro espírito que preenche seu ser.

Quem ignora o fato de que existe algo para o qual a Natureza lhe deu grande habilidade, e nem ao menos tenta identificar o teor de seu verdadeiro espírito, comete uma espécie de suicídio de personalidade. Passará a vida achando que é apenas mais um no mundo, que é alguém comum. Mas a Natureza não cria nada em vão. A capacidade de causar impacto positivo no mundo está em cada indivíduo da espécie humana. Alguns a descobrem e a usam. Outros, vivem adormecidos, assemelhando-se a zumbis. O mal das pessoas de bem é a covardia. Desperte para si mesmo. O mundo se inclina para os homens de vontade forte. Descubra seu verdadeiro eu.

Você veio ao mundo com este impulso interior, que você interpreta como angústia, como um vazio existencial. Acredite, isto é um chamado da Natureza. Pessoas medíocres não têm este impulso, e por isso jamais serão pessoas interessantes. Mas você tem o poder, tem esta coisa, esta singular força. Enquanto você não começar a usá-la, ela continuará a te incomodar, como uma farpa na sua mente.

Utilize este poder para ser alguém que tem energia vital. Desperte este poder, e sua luz atrairá coisas boas e pessoas boas. Experimente e comprove por si mesmo!

Finalizando, sou da opinião de que se Deus quisesse que fôssemos meros seguidores de religiões, de idealismos alheios, de modismos e práticas similares, ele nos teria dado um cérebro do tamanho de uma beterraba, e isso já nos seria suficiente. Mas não, nós não temos um cérebro mixuruca. Viemos ao mundo como seres pensantes, livres. Não se escravize seguindo o que os outros querem que você siga e sendo o que os outros querem que você seja. Seja você mesmo. Quem tem uma vida preenchida por seu verdadeiro eu jamais saberá o que é ser vazio.

Espero que este texto lhe seja útil.
Grande abraço!.



Matéria retirada do Site:http://www.sombrasdarealidade.com.br/vazioexistencial.htm
by Everton Spolaor

2 comentários:

  1. Muito interessante a matéria.. e no momento é o que eu mais estou precisando, ter esse impulso, despertar este poder dentro de mim, essa energia vital e com certeza irei colher só coisas boas e conhecer novas pessoas. Até quando aceitarei ficar sentindo essa inquietação, essa sensação de vazio? Vejo que depende exclusivamente de mim para eu descobrir meu verdadeiro EU! Agora é tomar atitute!! Valeu!!

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  2. O mais importante é decidir tomar esta atitude.A partir do momento da decisão as coisas vão acontecendo naturalmente e vai se conhecer e viver muito melhor.

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